Diante deste fantasma onipresente, O Espetacular Homem-Aranha 2 mais uma vez é uma aventura menor do que poderia ser. O que está longe de significar que seja um filme ruim. Com efeitos especiais caprichados, às vezes beirando a animação, o filme possui cenas de ação muito boas que exploram bem a capacidade de imersão do 3D. Andrew Garfield parece mais à vontade na pele do herói e consegue transmitir com fidelidade o ar juvenil característico desta versão. O Aranha piadista mais uma vez marca presença, com sacadas bem-humoradas e gags visuais divertidas. Mas, se o filme tem tudo isso, qual é o problema então?
São três, na verdade. O primeiro é a história dos pais de Peter, que ocupa um tempo imenso dentro dos 142 minutos de duração. O segundo é a trilha sonora de Hans Zimmer, que incomoda especialmente nas cenas envolvendo Electro (Jamie Foxx). O terceiro é o exagero de vilões na história, que disputam espaço entre si. O mais elaborado é Electro, que até apresenta um perfil psicológico interessante, mas que se torna um supervilão típico pouco após a transformação. O Duende Verde de Dane DeHaan tem traços de loucura bacanas, ajudados pela maquiagem caprichada, mas acaba diminuído diante da grande quantidade de subtramas a serem trabalhadas no longa-metragem. E Rino (Paul Giamatti), coitado, tem uma participação mínima como o vilão da vez a enfrentar o Aranha - mas, justiça seja feita, são cenas divertidas que retratam bem o clima dos quadrinhos nas telonas.
Diante deste gigantismo e da má escolha nas subtramas a serem abordadas, O Espetacular Homem-Aranha 2 fica empacado durante boa parte de sua narrativa. O filme apenas empolga de vez logo no início e também na reta final, quando ganha ares apoteóticos. É hora do show de efeitos especiais, das batalhas empolgantes e de uma boa dose de coragem, para a alegria daqueles que conhecem a história do herói aracnídeo nos quadrinhos. Divertido, bem feito e bem atuado, mas com problemas de roteiro, O Espetacular Homem-Aranha 2 tem grandes chances de repetir o sucesso do filme anterior. Mas, para chegar ao nível da trilogia de Sam Raimi, ainda precisa melhorar.
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