O que dizer desses Dias de um Futuro
Esquecido que mal conheço e já considero pacas? O sétimo filme da
franquia dos nossos mutantes favoritos está a caminho e preparamos uma
crítica sobre o filme para já deixar vocês no clima dos X-Men. Pode
ficar tranquilo, já que essa matéria NÃO contém spoilers!
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido tinha
uma dura missão: consertar a confusão deixada por Brett Ratner, Avi
Arad e sua turminha do barulho. Mas, para isso, Bryan Singer contava com
a excelente base construída por Matthew Vaughn em Primeira Classe.
O diretor tinha os magníficos elencos do
futuro e do passado em suas mãos e decidiu adaptar um dos arcos mais
aclamados entre os fãs dos mutantes, publicado no Brasil sob o título
“Os Exterminadores do Futuro”.
Parecia a jogada perfeita: Bryan
utilizaria os dois elencos, adaptaria uma história consagrada e
consertaria os erros da franquia, mas Singer teria de tomar cuidado para
decidir quais elementos ficariam de fora e quais se perpetuariam na
confusa linha do tempo cinematográfica dos X-Men. Não espere uma
obra-prima, muito menos uma adaptação fiel das HQ’s. Diversos elementos
foram alterados, mas, em sua maioria, as explicações dadas foram
extremamente convincentes e condizentes com o roteiro. É claro que ainda
existem furos, tanto na trama em si quanto em sua relação com os filmes
anteriores, mas, como o próprio diretor afirmou, os fãs tem de entender
que isso acontece e, simplesmente, seguir em frente. Pode parecer até
um pouco de descaso com o público, mas afronta maior que X-Men: O
Confronto Final não existe!
O filme mostra um futuro apocalíptico para os mutantes. Após o
assassinato de Bolivar Trask (interpretado de forma brilhante pelo
excelente Peter Dinklage), o governo aprova o programa de construção dos
Sentinelas, que passam a caçar e destruir todo mutante na face da
Terra. Para tentar evitar o terrível destino, um grupo de mutantes
sobreviventes resolve enviar Wolverine de volta à 1973 para impedir que o
assassinato aconteça e que o caos tome conta do planeta.
Acreditem, mesmo com essa premissa não
se trata de mais um “Wolverine e seus incríveis amigos”. O filme sofre
do mesmo mal que acomete grandes produções com diversos personagens, em
que alguns são menos desenvolvidos que outros, mas cada um tem sua
importância dentro da história, principalmente durante as cenas de
batalha, um dos pontos altos do filme.
A relação entre Magneto, Xavier,
Mística, Wolverine e Fera é explorada profundamente no núcleo do passado
e começamos a perceber motivações que poderão, e deverão, ter
consequências no futuro da franquia. Mas um dos momentos mais brilhantes
da produção vem, justamente, de onde menos se espera. Preparem-se para
calar suas bocas, pois o Mercúrio de Evan Peters é simplesmente
espetacular. O traje continua uma merda e a participação do personagem é
até mesmo supérflua e descartável, mas sua construção é tão brilhante
que me senti como uma criança assistindo pela primeira vez o desenho
animado dos X-Men, dos anos 90.
O filme alterna entre o futuro e o passado, mas o grande enfoque do
filme se dá no passado e nos esforços da equipe em evitar o pior, mesmo
que cada um tenha suas próprias motivações. As coreografias das cenas de
luta são de tirar o fôlego e os Sentinelas parecem monstros tirados
diretamente dos mais profundos pesadelos mutantes. Infelizmente, o
núcleo do futuro sofre com a edição e alguns personagens parecem
completamente descartáveis, embora brilhem em um momento ou outro.
Concluindo, a produção cumpre bem o seu
papel. Além de conseguir apagar a maioria dos erros e furos de roteiro, é
um filme divertido de se assistir. O final é surpreendente e renova as
esperanças na franquia, deixando em aberto um grande leque de
possibilidades para Xavier e sua turma de alunos avançados.
O filme tem seus defeitos, mas no geral o
saldo é mais do que positivo. Se você planeja ficar em casa e só
assistir o filme de sua poltrona, pense novamente, pois a experiência de
assistir X-Men: Dias de um Futuro Esquecido no cinema certamente irá te
surpreender.
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